Hipolabor ensina: como aferir a pressão da maneira correta

A hipertensão é uma das doenças mais recorrentes e perigosas do mundo, atingindo quase um quarto de toda a população adulta e metade dos idosos do planeta. Também predispõe doenças fatais como o infarto e o derrame.

Como é geralmente assintomática, a única maneira de diagnosticá-la e acompanhá-la é pela aferição rotineira da pressão arterial. Neste post você vai aprender a aferir a pressão de forma correta e ficar por dentro de quais são os cuidados e procedimentos recomendados. Confira:

O preparo é essencial

Antes de medir a pressão é necessário avaliar e preencher alguns pré-requisitos para garantir que a aferição seja correta e condizente com o real quadro do paciente. Vários fatores podem influenciar a medição e devem ser levados em conta.

Em primeiro lugar, os pacientes devem estar calmos e sentados por, pelo menos, cinco minutos antes da medição. Qualquer agitação pode provocar um aumento transitório da pressão arterial.

É ideal não beber café ou fumar cigarros até trinta minutos antes da consulta. A nicotina e cafeína provocam aumentos súbitos da pressão arterial, o que pode gerar uma interpretação errada do resultado.

Não é recomendado realizar exercícios físicos intensos até 45 minutos antes da aferição porque o corpo demora para retornar à sua condição pressórica basal. Até uma caminhada mais longa já pode afetar qual pressão será lida no consultório. Além disso, pacientes com vontade intensa de urinar devem ir ao banheiro antes de realizar a medição. A bexiga cheia induz um pequeno aumento da pressão.

Certifique-se de que o seu paciente tomou esses cuidados antes de realizar a medição da pressão.

Cuidados extras

Algumas pessoas sentem-se extremamente ansiosas quando vão realizar algum procedimento médico (a chamada “síndrome do jaleco branco”), ficando tão nervosos que suas pressões vão, literalmente, às alturas. O profissional da saúde deve ser capaz de perceber essa condição. Antes de realizar qualquer procedimento, é preciso acalmar o paciente e se assegurar de que tudo correrá bem.

A escolha da braçadeira correta também é importante: a parte que infla deve cobrir metade da circunferência do braço do paciente, não mais ou menos do que isso. Pacientes obesos com braçadeiras muito pequenas terão aferições muito acima da realidade. De forma oposta, pessoas com braços muito finos utilizando braçadeiras excessivamente largas terão a pressão subestimada.

Como aferir a pressão: a técnica

Os aparelhos de aferição da pressão — os esfigmomanômetros — são divididos em dois tipos: digital e manual. Os primeiros são mais simples de usar (podendo ter até versões completamente automáticas) e podem ser utilizados pelos próprios pacientes, mas muitas vezes fazem medições incorretas.

O tipo manual precisa de técnica mais complexa, mas oferece leituras mais exatas e realistas. Os profissionais de saúde devem ter extrema atenção para usar de maneira correta o esfigmomanômetro manual e colher uma boa medição:

• O paciente deve estar sentado com os pés no chão e os braços em cima de uma mesa, aproximadamente na mesma altura do coração.
• A braçadeira deve ser posicionada a dois centímetros da fossa cubital e antes de iniciar a inflação. A artéria braquial deve ser palpada e esse local será o ponto de ausculta do estetoscópio.
• Ao inflar a braçadeira, a pulsação da artéria será auscultada. Deve-se continuar inflando até que o ruído cesse.
• O próximo passo é esvaziar a braçadeira lentamente. Quando o ruído da artéria retornar, este será o momento de verificar o valor da pressão sistólica (valores normais: 90 a 160 mmHg).
• Ao continuar o esvaziamento, a artéria cessará sua pulsação no estetoscópio e o valor conferido neste momento será o da pressão diastólica (normalmente entre 50 e 89 mmHg).
• É recomendado repetir o procedimento depois de cinco minutos da primeira aferição.

E então, você já toma todos esses cuidados quando vai medir a pressão de um paciente? Ainda tem alguma dúvida ou quer compartilhar alguma dica com a gente? Deixe o seu comentário e confira também o nosso post sobre as recomendações de alimentação para hipertensos! Para ter acesso a outros conteúdos diretamente no seu e-mail, não deixe de assinar a nossa newsletter!