Privacidade e Cookies. Este site utiliza cookies apenas para melhorar sua experiência em navegar em nossas páginas. Ao aceitar nossa Política de Privacidade , você concorda com os termos de uso.

Hipolabor esclarece: quando e como usar o soro caseiro

Hipolabor esclarece: quando e como usar o soro caseiro

O soro caseiro é uma fórmula utilizada para combater a desidratação, principalmente em casos de vômito e diarreia. Eficiente para repor a água e os sais minerais no organismo, sua utilização é muito comum em casos como viroses, gastroenterite ou dengue.

Porém, para usar o soro caseiro e se beneficiar com suas propriedades, são precisos alguns cuidados. Há algumas situações em que a administração dessa solução não é indicada. Também é preciso prestar atenção especial na hora da preparação, evitando erros na medida e suas consequências.

Dada a importância de entender quando e como usar o soro caseiro, elaboramos este texto com tudo o que você precisa saber sobre a prática. Continue lendo e confira!

O que é desidratação?

Iniciamos o texto explicando que o soro caseiro é comumente utilizado para combater situações de desidratação. Por isso, antes de falarmos sobre a solução em si, vamos entender o que é a desidratação e como é possível identificar seus sintomas e controlá-la.

Um corpo é considerado desidratado quando a perda de líquidos é muito maior que os ganhos. Perdemos líquido frequentemente, seja por suor, urina ou fezes. É preciso manter o nível de hidratação do corpo balanceado para que complicações não apareçam.

Assim, para que o balanceamento seja mantido, é crucial saber identificar sintomas que indiquem que a pessoa precisa melhorar sua hidratação. Existem diversas formas de observar esses indícios, como veremos a seguir.

Observe a urina

Uma maneira simples e prática de manter algum controle sobre o nível de hidratação é prestar atenção na cor e odor da urina. Durante a desidratação, ela apresenta uma cor mais alaranjada, além de um odor mais forte.

Além disso, corpos desidratados têm maior dificuldade em urinar, devido ao pouco volume de líquido presente no corpo. Então, se uma pessoa sente dificuldade para urinar e tem o estado de sua urina alterado, ela pode estar passando por um processo de desidratação.

No caso do diagnóstico em bebês, dada a dificuldade de diferenciar as cores e odores de sua urina, é possível observar a frequência com que fazem suas necessidades. Não molhar a fralda por três horas ou mais pode ser um indicativo de que o bebê precisa ser melhor hidratado.

Preste atenção no estado da pele

Você provavelmente sabe que o consumo de água é encorajado àqueles que buscam melhorar a beleza da pele. Isso acontece porque a água é a principal responsável pela hidratação de nossa cútis.

Por isso, a pele ressecada é um grande indicador da ausência de líquido suficiente para seu mantimento saudável.

Alarme-se com o mau hálito

O hálito ruim nem sempre é sinal de falta de higiene bucal. Pode se tratar simplesmente da falta de produção de saliva. A saliva é responsável direta pelo combate às bactérias presentes na boca, e sua ausência permite que se proliferem e produzam o mau hálito.

Portanto, ao se deparar com uma pessoa que apresente mau hálito, é hora de ligar o alerta e verificar outros sinais que possibilitem a identificação de um quadro de desidratação.

Quais são as causas da desidratação

A desidratação pode ser dividida em três tipos diferentes: isotônica, hipertônica e hipotônica. A primeira é resultado da perda proporcional de água e sódio, enquanto a segunda acontece quando o organismo perde mais água do que sódio. Esse tipo é geralmente secundário a algum problema de saúde.

Já a desidratação hipotônica está diretamente relacionada à diminuição do nível de sal no organismo. Ou seja, perde-se mais sódio do que água. Esse quadro é gerado principalmente pelo abuso de remédios diuréticos ou por doenças renais mais graves.

As causas da desidratação são diversas. Febres contínuas ou exposições ao calor intenso podem diminuir o nível de líquido no organismo, enquanto infecções levam a crises de vômito e diarreia, que são os principais responsáveis por quadros de desidratação.

O tratamento da desidratação

É importante ressaltar que o tipo de tratamento adequado deve ser indicado sempre por um especialista, após a realização de uma análise e diagnóstico.

Em casos bem simples, onde o estágio ainda não é avançado, a mera ingestão de água pode ser utilizada como forma de tratamento. Por outro lado, em casos bem avançados, a intervenção clínica pode se fazer necessária.

Nestes casos, são utilizadas sondas intravenosas que introduzem as substâncias diretamente na corrente sanguínea do paciente.

Em casos em que a ingestão de água não é suficiente e as sondas intravenosas não são necessárias, o soro caseiro é uma ótima forma de tratamento. A seguir, vamos falar mais sobre essa mistura que já influenciou na saúde de milhões de pessoas.

Como surgiu o soro caseiro?

Norbert Hirschhorn: esse é o nome do homem responsável por determinar as medidas certas da solução que é tida por muitos como o avanço médico mais importante do século XX. O doutor é originário dos Estados Unidos e educou na renomada Universidade de Columbia, em Nova York.

Após sua formatura, Norbert prestava serviço militar em seu país, quando foi enviado para uma região de baixa qualidade de vida, onde hoje fica Bangladesh. Devido às condições de higiene e saneamento de lá, o país vivia uma grave epidemia de cólera.

Foi lá, em uma região onde 40% dos moradores morriam sem um tratamento apropriado, que Norbert iniciou as suas pesquisas sobre reidratação oral, mas ele não foi o primeiro a tentar. Hirschhorn trabalhava com Robert Phillips, que por anos vinha tentando desenvolver a solução, sem alcançar sucesso.

Portanto, Norbert não é creditado com a invenção do soro caseiro, mas sim com a formulação correta de sua composição. Antes dele, um homem chamado David Sachar já havia demonstrado que a glicose auxiliava o corpo a transportar o sódio, fator crucial para o combate à desidratação.

As medidas corretas do soro caseiro

Se já era de conhecimento da comunidade médica que a mistura de sal, água e açúcar podia combater a desidratação, ainda não era conhecida uma forma eficaz de aplicá-la. Muitos pacientes que serviram como testes para o procedimento acabaram apresentando uma piora nos sintomas.

A novidade trazida pelos estudos de Norbert foi a utilização de medidas extremamente precisas. Segundo ele, em entrevista dada à BBC, a proporção é crucial para o tratamento. O uso desproporcional dos elementos era o que causava a piora no quadro dos pacientes.

Em um experimento pequeno, com apenas oito pacientes, o doutor aplicou a fórmula por uma sonda nasogástrica, conseguindo provar sua eficácia. Na época, a medicina chegou a duvidar da descoberta que, por ser tão simples, causava ceticismo entre os estudiosos.

Mais tarde, porém, a publicação científica Lancet, referência em estudos de medicina, descreveu a terapia como “potencialmente o avanço médico mais importante do século XX. Assim, Norbert entrou para a história e revolucionou a saúde mundial.

Como preparar o soro caseiro?

Existem algumas formas diferentes de preparar o soro caseiro, e uma delas é com a colher padrão, que tem o tamanho exato das medidas de sal e açúcar que devem ser utilizadas.

Essa colher é feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e distribuída em parceria com a Pastoral da Criança. Ela também é fornecida em postos de saúde ou em farmácias populares gratuitamente.

Para preparar o soro caseiro com a colher medida basta misturar:

  • 1 copo (200ml) de água mineral, filtrada ou fervida;
  • 2 medidas de açúcar;
  • 1 medida de sal.

Se você não tem a colher padrão, não há problema. É possível utilizar uma balança de precisão, de cozinha, para chegar aos seguintes valores:

  • 20g de açúcar (1 colher de sopa);
  • 3,5g sal (1 colher de café);
  • 1 litro de água filtrada ou fervida.

Em todo os casos, vale frisar que a distribuição correta e proporcional dos ingredientes é vital. Afinal, erros podem provocar efeitos reversos e prejudicar o tratamento. Por isso, existem precauções que precisam ser tomadas.

Precauções durante o preparo

Em último caso, como mostrado acima, você pode utilizar colheres de sopa e de chá para medir as quantidades de açúcar e sal necessárias: uma colher de sopa de açúcar bem cheia e uma colher de café de sal.

No entanto, é muito comum errar as medidas dessa forma. Colocando mais sal do que necessário, você pode intensificar a desidratação em vez de amenizá-la. Por isso, certifique-se de que você está de fato misturando as medidas corretas.

Lembre-se que, antes do Doutor Norbert Hirschhorn encontrar as medidas ideais, muitos pacientes tiveram suas condições pioradas por meros erros de cálculo na medida dos ingredientes. Por isso, apenas faça o soro caseiro se tiver total confiança nas medidas utilizadas.

Existe, nas farmácias, um produto chamado Sais para Reidratação Oral e, nesse pacote, há sal e glicose na dose exata para fazer um litro de soro caseiro. Se você tiver essa possibilidade, compre na farmácia o pacotinho para preparar a substância ou deixe um em casa, na sua caixa de primeiros socorros.

Como ter certeza de que a medida está correta?

É sempre melhor prevenir do que remediar. Por isso, para quem não está acostumado a produzir a solução, é importante saber como determinar ela está nas proporções ideais.

A melhor forma de alcançar esse objetivo é por meio do gosto. Nas proporções corretas, o soro não deve apresentar sabor salgado nem doce, mas sim neutro. Por isso, antes de oferecer ao paciente, coloque um pouco do líquido em uma colher e experimente o seu gosto.

Como o soro caseiro deve ser administrado?

Para que cause o efeito desejado, soro caseiro deve ser tomado nas 24 horas seguintes ao seu preparo. Depois disso, deve ser descartado. A mistura deve ser tomada por meio de pequenos goles ao longo do dia. Não se deve tomar mais de meio copo de uma só vez.

A ingestão de grande quantidade da solução em um curto espaço de tempo pode trazer consequências como a irritabilidade do estômago e intestino. Assim, a evacuação de líquido continua e o soro não surte efeito.

Para facilitar a administração em crianças e idosos, recomenda-se o uso supervisionado de colheres, facilitando a ingestão e evitando casos de superdosagem. É importante ter calma e paciência para explicar ao enfermo a importância de beber o líquido.

Nos casos em que a falta de água no corpo é causada por vômitos ou diarreia, é recomendado observar cuidadosamente a quantidade de líquido expelido no momento de crise. Dessa maneira, é possível compensar tomando a medida equivalente em soro caseiro.

Dicas para que o soro caseiro seja tomado na frequência correta

Para muitos, dizer que a administração deve ser feita em pequenos goles ao longo do dia é algo muito vago. Por isso, existem truques utilizados para garantir que a quantidade ingerida seja a correta.

A primeira opção é realizar a ingestão de uma colher de sopa a cada dois minutos. Em uma hora, o paciente terá bebido o equivalente a um copo inteiro. Em episódios de diarreia, é recomendado 10ml de soro por cada quilo do paciente.

Já em episódios que envolvem vômito, o indicado é administrar 2 ml de soro por kg do paciente. Assim, uma pessoa de 80 kg, ao passar por uma situação de vômito, deverá tomar 160 ml para que o sistema siga balanceado.

Como o soro caseiro funciona no organismo?

A este ponto, você pode estar se perguntando de que maneira uma mistura de água, açúcar e sal pode ser tão eficaz no tratamento de casos de desidratação. Bem, isto acontece porque a composição do soro simula o líquido encontrado dentro de nosso organismo.

Dessa maneira, o soro caseiro equilibra o funcionamento interno do corpo utilizando elementos já encontrados nele. O sal e o açúcar funcionam como uma porta de entrada que leva a água até as células do organismo.

Portanto, a ingestão apenas de H₂O pode não ser suficiente para reidratar um corpo. Sem a adição do sódio e da glicose, o corpo encontra dificuldades em reter o líquido.

Quais são suas contraindicações?

Para bebês que ainda são alimentados exclusivamente com amamentação, o uso do soro caseiro não é sempre aconselhado. A indicação, nesses casos, é procurar um médico em caso de vômito ou diarreia.

Aliás, em todos os casos, se a diarreia e o vômito persistirem por mais de 24 horas, deve-se consultar um médico para buscar a origem e tratamento para o problema.

Pessoas com hipertensão ou diabetes devem buscar orientação médica antes de fazer o uso do soro. Uma pessoa diabética pode exibir sinais de desidratação por causa de um quadro infeccioso, aumentando o risco de hipoglicemia.

Já os hipertensos devem ter cautela pois, mesmo que bem pequenas, as chances de uma alteração na pressão arterial existem. Especialmente em casos em que o soro caseiro não tenha sido dosado de forma adequada.

Sua utilização é recomendada em bebês?

Sabemos que o soro é eficiente no tratamento de crianças e idosos, mas existem limites. Em casos de bebês que ainda se encontram em período de amamentação, o uso do soro não é recomendado.

Isso acontece pois é esperado que o próprio leite materno reponha os sais perdidos em evacuações. Além disso, os órgãos dos bebês podem não estar preparados para receber doses de sal e açúcar refinado.

Como sempre, em casos que envolvem bebês, o acompanhamento médico constante e de confiança é imprescindível em qualquer caso nocivo à saúde.

O soro caseiro engorda?

Quando tratamos de assuntos que envolvem soluções caseiras, devemos nos atentar aos mitos que são criados e podem embasar o entendimento do paciente. Quem não lembra de lendas orais que passam de geração em geração, como a ideia de que misturar leite com manga pode matar?

Por mais improvável que possa parecer, muitas pessoas resistem ao uso do soro caseiro por acreditar que ele contribui para um ganho de peso indesejado. Esse receio não passa de um mito, talvez impulsionado pela presença do açúcar, que é frequentemente ligado a casos de obesidade.

Acontece que a quantidade de açúcar presente em uma solução de soro caseiro, além de ser pequena, é calculada com o único objetivo de repor os eletrólitos. Portanto, não há possibilidade de ganho de peso.

É possível administrá-lo em cães e gatos?

Assim como os seres humanos, animais podem sofrer com problemas de desidratação. Nesse caso, o soro caseiro pode sim ser administrado em cães e gatos. Porém, não é recomendado que a ingestão seja feita de forma forçada, pois pode ultrapassar os limites do animal.

Por isso, no caso de cães e gatos, são utilizadas técnicas para que o sabor fique mais agradável, encorajando-os a beber o líquido por conta própria. É importante observar o peso e tamanho do animal, cuidando para não exagerar na dosagem.

O uso do soro caseiro não vai fazer o vômito ou a diarreia pararem: sua função é hidratar o corpo e repor sais, dando ao organismo tempo para sanar o problema e reduzir os sintomas da desidratação, que podem incluir o ressecamento da pele e dores de cabeça.

Sua utilização é considerada pela Unicef a inovação médica que mais salvou vidas em tão pouco tempo e com tão pouco investimento necessário. Ainda assim, é preciso se certificar de utilizá-lo de maneira segura.

E aí, restou gostou deste conteúdo sobre o soro caseiro e a sua importância no tratamento da desidratação? Então compartilhe este conteúdo nas redes sociais para os seus amigos também ficarem por dentro dessas informações sobre questões de saúde!

Faça seu cadastro e receba tudo por email!

Confira também

X Cadastre-se Faça seu cadastro e receba nossas novidades.