Guia Hipolabor: a farmácia como um estabelecimento de saúde
Mais do que um local para adquirir remédios, a farmácia deve ser compreendida como parte integrante de um sistema de saúde holístico, em que todos os agentes trabalham em prol do indivíduo e do povo. Por essa razão, sancionou-se uma lei que disserta sobre o exercício e a fiscalização de atividades farmacêuticas. Dessa maneira, a farmácia deve ser considerada uma unidade de assistência à saúde e não somente um mero estabelecimento comercial. Quer entender melhor como funcionarão essas mudanças e qual implicação pode trazer para a população? Confira no texto a seguir:
O que muda?
Uma das inovações dessa lei é determinar explicitamente que um farmacêutico precisa estar presente nas farmácias durante todo o seu período de funcionamento. Antigamente, a lei apenas implicava que era imperativa a presença constante de um “técnico responsável”, mas não era clara qual deveria ser a formação desse trabalhador. A partir do atual momento, somente o farmacêutico formado poderá desempenhar a responsabilidade técnica no estabelecimento.
A lei também obriga o proprietário da farmácia a considerar as orientações técnicas do farmacêutico. Fica decidido também que cabe a esse trabalhador esclarecer aos clientes os benefícios e cuidados no uso dos remédios, bem como avisar sobre prováveis interações medicamentosas.
A integração com o SUS
Esse é um tema de alta relevância e que necessitava de apoio e consideração na lei brasileira. Ampliar o entendimento de que a farmácia deve estar inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), deixando de ser considerada mero estabelecimento de comércio, aumenta a qualidade do serviço e aponta para resultados melhores à saúde.
A população, além de ter acesso precário a medicamentos em muitas regiões, também precisa ser melhor informada sobre as suas propriedades. Remédios ocupam a primeira posição entre os agentes causadores de intoxicação entre seres humanos e, como bem sabemos, os brasileiros estão muito acostumados com a automedicação na hora de cuidar dos sintomas de doenças. Um melhor entendimento na maneira como compreendemos os medicamentos é essencial, descaracterizando-os como mera fonte de lucro da indústria farmacêutica.
Dessa maneira, a farmácia passa a exercer atividades substanciais em atos sanitários, ocupando lugar privilegiado entre postos de saúde. Tem papel maiúsculo da educação, na dispensa dos medicamentos e na promoção do avanço da saúde e da sociedade.
Além disso, trata com dignidade e respeito à formação do profissional farmacêutico, buscando valorizar o seu conhecimento técnico e utilizar de uma maneira mais eficaz a sua capacitação em prol de todos.
Dessa forma, podemos esperar um avanço maior e mais significativo na relação da população com a farmácia e o farmacêutico, não sendo ali mais apenas um local de revenda e obtenção de lucro. Quando mais universal e holística for a nossa visão em termos de políticas públicas de saúde, mais estaremos próximos de atingir um patamar maior em termos de qualidade e excelência no combate a nossos problemas.
E você, tem alguma dúvida sobre o assunto? Escreve pra gente que iremos esclarecê-la!